O Vazio cheio...


"E o vazio não é um vazio frio, escuro e... vazio - mas um vazio rico, cheio e vivo, impregnado com infinitas possibilidades, saturado com... esta intimidade incompreensível que deveria, sem dúvida, ser impossível- e ainda assim, inegavelmente, é.

Nada não é "nada", não é a ausência das coisas, mas também a presença delas - portanto, nada é realmente tudo... de modo que tudo termina não em niilismo, mas em deslumbramento, em fascinação, no tipo de gratidão que parte o seu coração repetidamente.

Sim, tudo que resta é uma simplicidade crítica, que não pode ser ensinada, não pode ser formulada, transformada em algo concreto, sistematizada e, ao fim ao cabo, não pode nem mesmo ser nomeada - mas ainda assim, é tudo que existe, e tudo que sempre existiu, e tudo que é necessário ser, porque somente uma mente separada poderia querer mais."
Jeff Foster - em O Vazio cheio

A dimensão da vacuidade é mesmo algo muito intrigante, quando se trata de uma mente cheia de ideias, conceitos e passado.

Muitos alcançaram esta dimensão, e nunca conseguiram defini-la com palavras, pois está muitíssimo além de qualquer palavra, de qualquer ideia ou mesmo de qualquer outro tipo de indicação que se possa fazer...a vacuidade é o Ser.

Aqui Jeff Foster nos aponta esta dimensão viva em nós...suprema dimensão, eu diria, e ao mesmo tempo original, presente, fonte primordial do qual tudo nasce e para onde tudo se dissolve.
Os antigos padres do deserto, a nomearam simplesmente de vacuidade fértil, um vazio diferente do vazio que conhecemos, pois não se trata da ausência de coisas, mas é mais como um grande útero gerador de todas as coisas, onde toda a criação, toda a existência primordial, absolutamente todas as potencialidades estão plenamente presentes.

Um oceano de amor original, primordial...a dimensão além do espaço, além das dimensões...e ao mesmo tempo imersa, imanente, absolutamente presente em tudo que há...em cada átomo da criação...
Algo tão paradoxal, tão maravilhosamente inexplicável, que fascina, que encanta, e ao mesmo tempo amedronta.
Ali não existimos mais enquanto sequer consciência, sequer percepção ou mesmo observador...ali ( ou aqui !) só mesmo o nada pleno original acontece, sem acontecer, cria sem criar, existe sem existir...
Mas algo que não é uma coisa, é uma não-coisa, permeia essa dimensão, que é uma não-dimensão, e todas as outras dimesões que emergem a partir dali.
Somente o silencio alcança.
Não só alcança, mas permeia, para transpor todas essas dimensões e além delas todas...
Alcançar a dimensão silenciosa em nós, é ao mesmo tempo estar aqui-agora, conscientes e presentes, e mergulhar em todas as dimensões primordiais, fundamentais...é estar instantaneamente na fonte luminosa, amorosa, que se manifesta em nós e através de nós...e que se dá em toda a criação...
Amor
Lilian

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