Começo e fim...


"No princípio de tudo era o Vácuo dos Vácuos,
O Inominável.

E no Inominável era o Uno, sem corpo, sem forma.
Este Uno - este Ser em quem todos acham a força para existir,
É o Vivente.

Do Vivente vem o Sem-Forma, o Indiviso.
Do ato do Sem-Forma, vêm os Existentes, cada qual,
Segundo seu princípio interior. Isto é a Forma.
Aqui o corpo abraça e acaricia o espírito.

Os dois atuam juntos, como um, unindo
e manifestando seus caracteres.
E isto é a Natureza.

Mas aquele que obedece à Natureza
Retorna através da Forma e do Sem-Forma ao Vivente.
E no Vivente
Une o começo que não-começou.

A união é a Igualdade.
A Igualdade é o Vácuo.
O Vácuo é infinito.

O pássaro abre o bico e canta seu trinado
e depois retorna novamente ao Silêncio.

Assim, a Natureza e o Vivente encontram-se no Vácuo,
como fechar do bico do pássaro, após o canto.

O céu e a terra unem-se no Não-Iniciado,
e tudo é tolice,
tudo é desconhecido,
tudo é igual.

Às luzes de um inocente, tudo é sem mente!
Obedecer quer dizer fechar o bico e cair
No que-não-começou."
Thomas Merton em A Via de Chiang Tzu

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