Satsang e a Desilusão - Satyaprem


"Estar em Satsang é estar no vazio da ausência das crenças.

É estar no ponto onde não há necessidade de crer no que
quer que seja,pela mera investigação de cada crença, dando-se conta de que toda crença é condicionada.
Toda crença tem uma condição pela qual ela exista, tem uma função.Surge para manter um estado de realidade das coisas, que não é o seu estado natural.

Se você entender a diferença entre natural e artificial,
vai entender que o estado natural das coisas é absolutamente anterior a sua existência, é anterior a qualquer condição que seja posta.


Investigando os conceitos na sua mente, é possível que entre em contato com um oceano tão vasto de crenças não investigadas, que lhe façam pensar: “Como parar de acreditar nas coisas que eu acredito?”

Para talvez tornar mais palpável o que estou dizendo...
hoje mesmo, abri uma revista e numa das matérias alguém estava falando do “Encontro das mulheres desiludidas”. Mas ninguém se deu conta de que as mulheres e os homens, em geral, estão iludidos.

Quando você perde algo ou alguém, você entra num grande
processo de desilusão.

Na nossa cultura olhamos para isso e dizemos: “A coitada,
está desiludida com o marido. A coitada, está desiludida com os relacionamentos”.

Ora! Vejamos de uma forma positiva: “des-iludir-se” é
entrar em contato com a realidade. Mas dentro da lógica à qual todos estão condicionados, entrar em contato com a realidade é algo absolutamente não-desejável.

Cada desilusão na sua vida é um portal para o Satsang acontecer.

Revela que você estava projetando algo em alguém ou num
dado fenômeno, numa determinada condição...e o que esperava não veio a acontecer. A tendência da mente é trocar de pessoa, de objeto, mas continuar com a ilusão.

Veja como você faz... Troca de carro, troca de namorado,
troca de terapeuta, troca de emprego... está sempre projetando a sua realização nas mãos de algo ou alguém.

Se você olhar para Satsang, de verdade, vai ver que a sua realização não está nas mãos de ninguém, que, inclusive, não pode ser projetada no futuro.

Você só pode ser quem você é, aqui e agora.
E uma vez que isso seja realizado há a tendência de que você sofra uma série de “des-ilusões”.
Se você olhar do ponto de vista cultural condicionado, ao conversar com sua mãe sobre a não existência do Papai Noel, ela, certamente, sentirá muita pena de você. Mas se compartilha com alguém que já realizou o mesmo, ele dirá:

"Que bom! Finalmente você está acordando para aquilo que é”.
Satyaprem em Satsang

***
Só nos "deludimos" porque em algum momento nós nos iludimos...

Ninguém faz isso com a gente, somos nós mesmos que teimamos em acreditar em fantasias, e elas mesmas nos levam a delusão... desilusão..
Claro, tudo aquilo que não é realidade vem a baixo em algum momento, só a verdade se sustenta. E a verdade não é uma coisa, a verdade é uma experiência, logo, estamos sempre sendo postos a prova da verdade, da realidade, e nossas desilusões estão sendo abaladas a todo momento...

Viver é experimentar. 
De cada experiência tiramos enormes lições. Isso enriquece nossa vida, e vamos pouco a pouco simplificando nossa vida, na medida em que nos atemos aquilo que é, nos atemos a lidar com o aqui e agora de forma simples, direta, e sem crenças misturadas..
Essa é a melhor forma de se levar a vida, de maneira simples, com os olhos puros, e sem carregar bagagens desnecessárias...

As crenças acabamo por nos confundir, e além disso, nos tiram do momento presente pois começamos a comparar, a questionar, a "colar" etiquetas sobre o que a realidade nos apresenta.

O que Satya nos coloca aqui é bastante pertinente. As desilusões são bem vindas, sempre! Pois elas são as únicas capazes de nos mostrar a grandeza da vida acontecendo, muito além de conceitos vãos e de idéias sem fundamento.


Desilusão é Acordar!! Que bom !!
Acordemos então!!
Amor
Lilian

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