Corpos e Planos de Consciência - Osho 2/2


"Sempre acontece: um homem que é muito bom pela manhã torna-se ruim ao entardecer. (...) Ao entardecer, a pessoa está cansada com o dia de trabalho. A condição da sua mente é bem diferente, assim como toda atmosfera ao seu redor. Assim, os pensamentos que sentimos como nossos não nos pertencem.

Você experimentará isso apenas no quinto corpo e ficará surpreso ao perceber as maneiras que os pensamentos vêm e vão. O pensamento vem, depois vai embora; ele se apodera de você, depois o deixa em paz. Há mil tipos de pensamentos - e também muito contraditórios; portanto, há confusão em nossas mentes. Toda pessoa está confusa, e se os pensamentos fossem inteiramente seus, não haveria confusão.(...) Esses conjuntos de ondas de pensamento ficam esperando você, e tão logo você mostra sua prontidão, eles entram em seu interior. Eles estão presentes à sua volta.

Você virá a saber de tudo isso quando sua identificação com os pensamentos se quebrar completamente. A maior mudança será que, até esse momento, você teve pensamentos, mas agora você terá o pensar. Há uma diferença entre os dois. Os pensamentos são atômicos: eles vem e vão e são sempre de fora. Está correto dizer que os pensamentos são sempre de fora. O pensar é nosso, mas os pensamentos são de fora. Esse pensar começara dentro de você após o quinto corpo e, então você será capaz de pensar e deixará de meramente coletar os pensamentos dos outros. Portanto, o pensar do quinto corpo nunca é um fardo sobre você porque ele é seu próprio. Esse pensar que nasce no quinto corpo pode ser chamado de sabedoria, de compreensão ou de algum outro nome que você quiser chamá-lo.

No quinto plano, você tem sua própria intuição, sua própria compreensão, sua própria inteligência. No quinto terminará a influência de todos os pensamentos exteriores, e nesse caso, você será o mestre de si mesmo, atingirá o seu ser e se tornará você mesmo. Agora você terá seus próprios pensamentos, seu próprio poder de pensar, seu próprios olhos e sua própria visão. Depois disso, virá a você apenas o que você quiser; o que você não quiser nunca se aproximará de você. Você pode pensar o que quiser; os outros pensamentos não podem invadi-lo. Agora você é o mestre, e aqui a questão da identificação não se levanta.

No sexto corpo, o pensar também não é requerido. Os pensamentos são necessários até o quarto corpo; o pensar e a sabedoria são necessários no quinto. No sexto, mesmo esses terminam, já que de maneira nenhuma são requeridos aí. Você torna-se cósmico, torna-se uno com brahman . Agora não há outro.

Na verdade, todos os pensamentos estão sempre relacionados com o outro; os pensamentos antes do quarto corpo são elos inconscientes com os outros. Os pensamentos do quinto corpo são elos conscientes, mas ainda estão relacionados com os outros. Até o quarto, eles são elos inconscientes; no quinto, são elos conscientes. Mas, no sexto não permanece nenhum "outro" para se estabelecer elos. Todo relacionar-se está terminado; permanece apenas o cósmico. Eu e tu são agora um só, e agora não há lugar nem razão para o pensamento existir.

O sexto é brahman - a realidade cósmica, onde não há pensamentos. Portanto pode ser dito que no brahman há o saber. Em realidade, os pensamentos que existem até o quarto corpo são pensamentos inconscientes; eles contém uma profunda ignorância. Isso mostra que precisamos de pensamentos para lutar contra nossa auto-ignorância. No quinto, há conhecimento do ser interior, mas ainda somos ignorantes em relação ao que, para nós, é o outro; para nós o outro ainda existe. Dessa maneira, no quinto corpo há a necessidade de pensar. No sexto, não há interior nem exterior, não há eu ou tu, não há isso ou aquilo. Agora não há distância que justifique pensamentos; agora o que é é. Assim, no sexto há apenas o saber, e não pensamentos.

No sétimo, o saber também não existe, pois aquele que sabe já não existe e aquilo que poderia ser sabido já não existe. Assim, mesmo o saber cessa no sétimo plano. O sétimo plano não é "sem saber" ,mas é além do saber. Se você quiser, também poderá chamá-lo de um estado de ignorância. É por isso que acontece de parecerem idênticas uma pessoa de consciência suprema e uma pessoa de absoluta ignorância - porque frequentemente seus comportamentos são semelhantes. Por esse motivo, sempre há uma grande semelhança entre uma criança pequena e um velho que atingiu a iluminação; eles não são realmente iguais, mas superficialmente se parecem.

Às vezes, um iluminado age como uma criança; às vezes, no comportamento de uma criança, temos um vislumbre da santidade; às vezes, um iluminado parece uma pessoa absolutamente ignorante, um tolo completo, e parece que ninguém poderia ser tão tolo como ele. Mas o iluminado foi além do conhecimento, enquanto a criança ainda precisa chegar ao conhecimento.
A semelhança repousa no fato de que ambos estão fora do conhecimento, da mente."

Osho em Desvendando Mistérios
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