Recebendo o eterno - J.Krishnamurti


"Sem meditação não existe auto-conhecimento. Sem auto-conhecimento, não existe meditação. Então você tem que começar a saber o que você é. Você não pode ir longe sem começar perto, sem compreender o processo diário do pensamento, sentir, e ação. 

Em outras palavras, o pensamento tem que compreender seu próprio trabalho, e quando você vê a si mesmo funcionando, observará que o pensamento vai do
conhecido para o conhecido. Você não pode pensar no desconhecido. Aquilo que você conhece não é real porque o que você conhece existe só no tempo. 

Para se libertar da rede do tempo é preciso interesse, não pensar a respeito do desconhecido, pois, você não pode pensar no desconhecido. As respostas para suas preces são do conhecido. 

Para receber o desconhecido, a própria mente deve se tornar o desconhecido. A
mente é o resultado do processo de pensamento, o resultado do tempo, e este processo de pensamento deve chegar ao fim. A mente não pode pensar naquilo
que é eterno, infinito; portanto, a mente deve estar livre do tempo, o processo de tempo da mente deve ser dissolvido. 

Só quando a mente está completamente livre do ontem, e não está usando o presente como meio para o futuro, ela é capaz de receber o eterno.

Portanto, nosso interesse em meditação é conhecer a si mesmo, não só superficialmente, mas todo o conteúdo da consciência interior, oculta. Sem
conhecer tudo isso e estar livre desse condicionamento você não pode ir além dos limites da mente. Por isso o processo da mente deve cessar, e
para essa cessação deve haver o conhecimento de si mesmo. 

Portanto, meditação é o início da sabedoria, que é compreensão de sua própria mente e coração."
J. Krishnamurti em The Book of Life

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