Sobre Àsanas e Doshas - Pedro Kupfer


Pergunta: Ásana, quanto tempo devemos permanecer?

Prof. Pedro Kupfer: Esta questão é muito importante para praticar de maneira segura. Pode acontecer que um praticante pense que irá multiplicar os efeitos dos asanas aumentando os tempos de permanência, mas essa “regra" nem sempre funciona: o fato de três chapatis serem bons no almoço não significa que 30 sejam melhor.

Moderação e bom-senso nunca mataram ninguém, e deveriam ser as regras de ouro pelas quais nos orientamos, uma vez que nos permitem construir uma relação de longo prazo com as práticas do Yoga.

Posturas com maior estabilidade, como as sentadas ou deitadas, permitem uma permanência maior. Posturas de equilíbrio num pé só, ou sobre as mãos e outras de estabilização ou força pedem uma permanência mais breve. Uma permanência razoável num asana de força, por exemplo, é um minuto.

Uma permanência boa numa postura de alongamento não deve passar disso, nem deve ser inferior a 30 segundos. Posturas de alongamento passivo, desde que as articulações estejam firmes e bem protegidas, podem ser feitas por mais tempo. Posturas de equilíbrio um só pé ou sobre as mãos pedem menos tempo.

É necessário ter bastante cuidado em relação às posições de inversão: um tempo bem legal é algo entre três e cinco minutos, lembrando sempre de que não pode haver compressão cervical, em nenhum caso, nessas posturas.

E, naturalmente, devemos sempre adaptar, individualizar e personalizar a permanência em casa asana, de acordo com as características e necessidades de cada corpo. 

O Ayurveda, ciência irmã do Yoga que lida com a saúde e propõe um sistema de cura sutil, ensina que pessoas do dosa (biotipo) vatta, no qual predominam os elementos ar e espaço, devem fazer asanas com permanências maiores em posturas de mais estabilidade, e movimentos vagarosos e controlados.

Pessoas do dosa kapha, onde predominam os elementos terra e água, podem praticar com maior fluidez, fazer movimentos mais rápidos e intensos, e escolher asanas mais fortes e desafiantes. 

Pessoas do biotipo pitta, onde prevalecem os elementos fogo e água, devem se afastar dos extremos e praticar sempre com moderação, evitando a comparação e a competição com os demais ou consigo mesmos e cultivando contentamento e equanimidade."

Prof. Pedro Kupfer. 
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